quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Nota Pública - ANADEP restabelece a verdade sobre dados relativos à criação da Defensoria Pública de Santa Catarina (ANADEP - 23/08/2011)

A Associação Nacional dos Defensores Públicos (ANADEP) vem a público manifestar repúdio às tentativas dos opositores à criação da Defensoria Pública em Santa Catarina de divulgar informações errôneas acerca da Defensoria Pública no Brasil.

Em nota publicada no Blog do Moacir Pereira, vinculado ao Grupo RBS, no dia 1º de agosto, e na coluna de Cláudio Prisco "Canal Aberto", do jornal A notícia, de Joinville, no dia 2 de agosto, o presidente do Partido Progressista, Joares Ponticelli, ao defender o modelo de Defensoria Dativa destacou equivocadamente que "a Defensoria Pública custará mais de 300 milhões de reais ao Tesouro para funcionar com 300 defensores.”

Na matéria do Diário Catarinense, entitulada "Defensoria dativa ou defensoria pública?", publicada no dia 15 de agosto, a mesma informação errada foi repetida.

A ANADEP esclarece que essa informação não corresponde aos dados oficiais acerca do orçamento da Defensoria Pública dos Estados. Conforme revelado pelo III Diagnóstico da Defensoria Pública no Brasil, elaborado pelo Ministério da Justiça, a média do orçamento aprovado da Defensoria Pública dos Estados em 2009 foi de R$ 67 milhões.

É importante registrar também que o orçamento executado no ano de 2010 pela Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul, unidade federada citada na matéria do Diário Catarinense do dia 15 de agosto, foi de R$ 136 milhões, sendo que o órgão gaúcho conta com 340 Defensores Públicos e atua em quase a totalidade de comarcas existentes (Fonte: DPE/RS).


No Paraná, estado que criou a Defensoria Pública nos moldes constitucionais em maio deste ano, o orçamento aprovado para o exercício de 2011 é de R$ 28 milhões e a Lei de Diretrizes Orçamentárias aprovada para o exercício de 2012 assegura recursos de R$ 47 milhões (Fonte: http://www.alep.pr.gov.br/legislacao/lei_de_diretrizes_orcamentarias), que serão suficientes para contratar 333 Defensores Públicos e 426 servidores de apoio.

Para se ter uma ideia do absurdo, os referidos "R$ 300 milhões", que vêm sendo reiterada e aleatoriamente bradados por aqueles que não querem a instalação da Defensoria Pública em Santa Catarina, seriam quase suficientes para custear a Defensoria Pública de São Paulo ideal, com 1500 Defensores Públicos para atender a população de mais de 40 milhões em todas as comarcas do estado.

Hoje, com um terço disso (500 defensores e pouco mais de 300 servidores), o custo anual da Defensoria de Sâo Paulo é de pouco mais de R$ 100 milhões.

É certo que não ter serviço de acesso à Justiça ou prestá-lo de modo precário e sem nenhum tipo de transparência – como ocorre em Santa Catariana – pode até ser mais barato do que ter uma Defensoria Pública estruturada, mas isso significa deixar a população carente sem acesso à Justiça e sem esse poderoso intrumento constitucional de defesa dos direitos dos cidadãos, que é a Defensoria Pública. Investir na Defensoria Pública é investir no Estado de Direito, na igualdade social e na construção de uma sociedade em que os direitos sejam para todos, a não apenas para os mais fortes.

A propósito, a sociedade catarinense continua aguardando a prestação de contas, pela OAB/SC, referente à taxa de 10% que o Estado lhe paga para “administrar” o convênio. 

Fonte: ANADEP.

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"Paridade de armas - Cláudio Brito" (Blog de Jader Marques em 22/08/2011)

Desde o primeiro julgamento a que assisti, no velho plenário da Praça da Matriz, senti em desvantagem os acusados que chegavam presos ao tribunal. Algemados, sentados no banco dos réus, ladeados por policiais militares da escolta e expostos como bandidos, arrancavam perdendo no duelo sagrado do júri.

O cenário oferecia ao acusador um lugar destacado, à direita do juiz, bem perto dos jurados e em patamar elevado, diferente do espaço da defesa, às costas do réu, distante do grupo de julgadores e do tablado onde o promotor parecia em vantagem hierárquica.

Atuei em centenas de processos no tribunal popular. Algumas vezes como defensor e, por duas décadas, como promotor. Sempre requeri fossem liberados das algemas os que chegavam imobilizados, algumas vezes encontrei respaldo ao pedir aos juízes que abandonássemos a sala secreta na hora da votação dos jurados e me insurgi ante a existência do banco dos réus. Houve momentos de plenitude no atendimento a esses pedidos, mas, ainda hoje, a cena judiciária mantém a disparidade visual em desfavor dos defensores.

Há quem lembre que a defesa pode se valer de revisões criminais negadas à acusação, de alguns recursos exclusivos e outras aparentes vantagens, mas, em verdade, são apenas compensações que reequilibram a relação processual.
Defendo a paridade de armas nos tribunais e nas salas de audiências, tanto quanto, no processo, ela é meticulosamente assegurada.

Trata-se de um debate atual, que tem mobilizado criminalistas em todo o país.
Advogados privados e defensores públicos merecem o mesmo tratamento ritualístico dedicado aos promotores. Antes e acima disso, é direito dos réus a paridade no tribunal.

A Defensoria Pública ainda espera os recursos materiais que assegurem o mesmo aparelhamento desfrutado pelo Ministério Público. É princípio fundamental a igualdade das partes no processo. Quando o Estado acusa, defende e julga, tem que tratar da mesma forma a todos os atores.

Veja-se o caso do Supremo Tribunal Federal. O Ministério Público está ao lado do ministro presidente e fala sentado. Os defensores estão na plateia, como qualquer dos mortais. Para falar, avançam à tribuna e, em pé, sustentam suas teses. Mesmo quando o procurador-geral da República é parte e não apenas o fiscal da lei. Tem que mudar a disposição do mobiliário lá também.

Foi-se o tempo em que os textos legais definiam a promotoria como órgão auxiliar dos juízes, razão de estarem à direita, um degrau abaixo do magistrado, mas acima dos advogados. Quem defende ainda o modelo atual de distribuição dos lugares nas sessões comete o engano de pensar que exista alguma hierarquia entre as carreiras jurídicas e seus profissionais. Os reflexos do ritual distorcido atingem a realização de justiça e prejudicam os cidadãos. 

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segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Aniversariantes do mês de agosto

02 - Luciana Vaz e Carvalho;


16 - Serjano Marcos Torqato Valle;


29 - Jeanne Karenina Santiago Bezerra;


30 - Clístenes Mikael de Lima Gadelha.

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