domingo, 16 de dezembro de 2012

Crimes e armas

A Associação dos Defensores Públicos do Estado do Rio Grande do Norte e a Defensoria Geral promoveram nesta semana uma capacitação ministrada pelo magistrado Fábio Ataíde. O ministraste promoveu um instigante debate, estando ele e aquelas entidades de parabéns.

O minicurso começou perguntando aos Defensores quais as causas do crime. As respostas dos Defensores refletiu a experiência diária de cada um, já que tínhamos participantes de diversas regiões do Estado. Mas acabou se observando que aquele grupo de pessoas de origens e pensamentos tão diversos acabou chegando a conclusões muito parecidas.

Logo em seguida, as duas tragédias em seqüência que abalaram os americanos ganham os noticiários. Dois jovens claramente problemáticos abrem fogo contra adultos e crianças, causando feridos e mortos em larga escala. Os dois acabam mortos e nos deixam sem explicações.

Como é comum quando acontecem estes crimes nos EUA, começa o debate sobre o controle de armas naquele país, onde 47% das residências estão armadas.

O debate é interessante, mas tenho grande dificuldade de conciliar o que seria uma conclusão óbvia - os EUA precisam restringir o acesso às armas - com dados estatísticos que revelam que no Brasil, país onde as armas são quase totalmente proibidas, mata-se muito mais com armas de fogo que naquele país.

Os EUA têm 300 milhões de habitantes; o Brasil, 200 milhões. Em 2010, foram assassinadas naquele país 12.996 pessoas (4,3 por 100 mil habitantes), 8.775 com armas de fogo. No Brasil, no mesmo ano, houve 49.932 (26,2 por 100 mil habitantes) — 35.233 por armas de fogo.

O fato é que cada país tem seus problemas e suas soluções. Importar ou exportar fórmulas não garante os mesmos resultados. Continuo na dúvida de qual a melhor solução. Tanto para nossos problemas como para os dos outros.

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