segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Voz do Vale em 28/10/2010: "Defensoria Pública move ações em razão de mortes e omissões no pronto-socorro de Taubaté"

A Defensoria Pública de São Paulo em Taubaté move ações indenizatórias contra o município de Taubaté e o governo do Estado por mortes e omissões em atendimentos no pronto-socorro da cidade nos últimos dois anos. Segundo dados levantados pela Defensoria, duas pessoas morrem por dia na unidade.

Um dos casos relatados à Justiça é o de Mauro Benedito dos Santos, vitimado pela gripe suína. Na ocasião, o paciente chegara ao hospital com dores de cabeça. Ali, segundo o Defensor, servidores do hospital lhe prestaram “rápida e frouxa entrevista, mediram sua febre, desdenharam de seus padecimentos, e mandaram-lhe de volta a casa, com uma mísera receita subscrita pela médica”. Na receita médica foram indicados paliativos como dipirona e foi-lhe negada vaga em hospital junto ao SUS. No mesmo dia, após ser levado pela família ao único hospital privado da cidade, o procedimento médico foi distinto: Mauro foi internado imediatamente com diagnóstico de gripe suína, vindo a falecer 10 dias depois.  

Outro caso foi o de Ademir Pires dos Santos, que morreu aos 49 anos na mesma unidade, em agosto do ano passado. A ação indenizatória narra que ele passou 16 dias internado sem água e alimentação, com sinais de enfarte, sem que fosse promovida sua transferência para um hospital com melhores condições de atendimento.

Segundo o Defensor, as demais ações encaminhadas ao Judiciário envolvem casos de pacientes que ficaram em ambientes com más condições de abrigo ou que receberem tratamento médico inadequado. De acordo com dados levantados pelo Defensor junto ao 2º Subdistrito do Registro Civil das Pessoas Naturais de Taubaté, duas pessoas morrem por dia no pronto-socorro. Os dados foram levantados de 01/01/2009 a 30/04/2010, quando foram registradas 931 mortes. Para ele, a falta de leitos é o principal motivador das mortes. “Estamos levantando dados sobre as mortes ocorridas para analisar como exigir do poder público o aumento dos leitos na unidade”, disse Wagner. 

Fonte: Voz do Vale.

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