segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Ceará: Defensores Públicos viram atores para encenar os Direitos da Criança e do Adolescente (DPE/RO em 28/09/2011)






Eles já defendem os direitos das crianças e adolescente em seu dia a dia de trabalho. Agora, os defensores públicos do Ceará sobem ao palco para encenar a peça “Crianças e Adolescentes: chegou a sua vez!”, que destaca os direitos e deveres do público infanto juvenil, previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA. A primeira apresentação será no próximo dia 30, no teatro do CUCA Barra do Ceará, às 9 horas.


A peça, criada e montada pelos próprios defensores públicos, foi baseada na cartilha "Crianças e Adolescentes - Primeiro! Defensores Públicos pelos direitos da criança e adolescente”, lançada em maio último. A apresentação acontecerá em todo o Estado, em teatros, escolas e instituições públicas. Já estão agendadas mais duas encenações em outubro: dia 3, na sede da Defensoria Pública-Geral, e dia 28, no Teatro José de Alencar.

“O objetivo de encenar o conteúdo da cartilha é levar de uma forma lúdica os ensinamentos sobre os direitos e os deveres da criança e do adolescente, conscientizando a população, sobretudo os pais, sobre a importância da garantia da cidadania deste público”, informa o presidente da Associação dos Defensores Públicos do Estado do Ceará -Adpec, e um dos atores da peça, Adriano Leitinho, explicando que foi criado o grupo ‘Defensores Públicos em Cena’ exclusivamente para este projeto.

Desrespeito ao ECA

Adriano Leitinho destaca alguns dados de instituições de pesquisa que apontam o não cumprimento dos direitos previstos no ECA. “O Censo do IBGE, de 2010, diz que cerca de 130 mil lares brasileiros são chefiados por crianças e adolescentes, uma prova da existência do trabalho infantil", afirma.

Segundo ele, as evidências de maus tratos estão presentes em outras pesquisas, como a da Secretaria de Direitos Humanos (SDH), que mostra que cerca de 70% das crianças e adolescentes que dormem na rua foram violentados dentro de casa.

Já o relatório da Fundação Abrinq - Save the Children mostra que 1,8 milhão de crianças e adolescentes, entre 7 e 14 anos, não sabem ler e escrever, e que 51% dos adolescentes de 15 a 17 estão fora do ensino médio.

Um estudo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) revelou que 38% dos adolescentes vivem em situação de pobreza, sendo o grupo etário mais vulnerável ao desemprego e às inúmeras manifestações da violência, principalmente com a integração cada vez maior das drogas em seu cotidiano. Diz ainda que, em 2008, foram registrados mais de 28 mil nascimentos de bebês cujas mães têm entre 10 a 14 anos. A maioria das meninas foi vítima de abuso sexual ou de exploração sexual comercial, o que as leva a abandonar a escola e se afastar do convívio familiar.

Fonte: DPE/RO.

Nenhum comentário: