Eles já defendem os direitos das
crianças e adolescente em seu dia a dia de trabalho. Agora, os
defensores públicos do Ceará sobem ao palco para encenar a peça
“Crianças e Adolescentes: chegou a sua vez!”, que destaca os direitos e
deveres do público infanto juvenil, previstos no Estatuto da Criança e
do Adolescente – ECA. A primeira apresentação será no próximo dia 30, no
teatro do CUCA Barra do Ceará, às 9 horas.
A peça, criada e montada pelos próprios
defensores públicos, foi baseada na cartilha "Crianças e Adolescentes -
Primeiro! Defensores Públicos pelos direitos da criança e adolescente”,
lançada em maio último. A apresentação acontecerá em todo o Estado, em
teatros, escolas e instituições públicas. Já estão agendadas mais duas
encenações em outubro: dia 3, na sede da Defensoria Pública-Geral, e dia
28, no Teatro José de Alencar.
“O objetivo de encenar o conteúdo da
cartilha é levar de uma forma lúdica os ensinamentos sobre os direitos e
os deveres da criança e do adolescente, conscientizando a população,
sobretudo os pais, sobre a importância da garantia da cidadania deste
público”, informa o presidente da Associação dos Defensores Públicos do
Estado do Ceará -Adpec, e um dos atores da peça, Adriano Leitinho,
explicando que foi criado o grupo ‘Defensores Públicos em Cena’
exclusivamente para este projeto.
Desrespeito ao ECA
Adriano Leitinho destaca alguns dados de
instituições de pesquisa que apontam o não cumprimento dos direitos
previstos no ECA. “O Censo do IBGE, de 2010, diz que cerca de 130 mil
lares brasileiros são chefiados por crianças e adolescentes, uma prova
da existência do trabalho infantil", afirma.
Segundo ele, as evidências de maus
tratos estão presentes em outras pesquisas, como a da Secretaria de
Direitos Humanos (SDH), que mostra que cerca de 70% das crianças e
adolescentes que dormem na rua foram violentados dentro de casa.
Já o relatório da Fundação Abrinq - Save
the Children mostra que 1,8 milhão de crianças e adolescentes, entre 7 e
14 anos, não sabem ler e escrever, e que 51% dos adolescentes de 15 a
17 estão fora do ensino médio.
Um estudo do Fundo das Nações Unidas
para a Infância (Unicef) revelou que 38% dos adolescentes vivem em
situação de pobreza, sendo o grupo etário mais vulnerável ao desemprego e
às inúmeras manifestações da violência, principalmente com a integração
cada vez maior das drogas em seu cotidiano. Diz ainda que, em 2008,
foram registrados mais de 28 mil nascimentos de bebês cujas mães têm
entre 10 a 14 anos. A maioria das meninas foi vítima de abuso sexual ou
de exploração sexual comercial, o que as leva a abandonar a escola e se
afastar do convívio familiar.
Fonte: DPE/RO.
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