sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Baiacú na Vara I

A estas alturas, todos aqui no RN já sabem o que ocorreu na quarta feira de cinzas, quando uma viatura policial tentou forçar passagem pelo meio de um bloco tradicional (Baiacú na Vara) e acabou desencadeando um confronto.


Choveram relatos de violência policial, inclusive contra uma criança. Chamou minha atenção, em um primeiro momento, o fato haver ocorrido em um carnaval frequentado pela população carente, bem longe da elite natalense.

As pessoas que estavam no bloco começaram a postar nas redes sociais sua indignação e relatos do ocorrido. Como sempre ocorre, pessoas que lá não estavam começaram a desqualificar os relatos e defender a ação policial.

Em dado momento, surgiram na rede fotos que, embora não esclarecessem tudo, mostravam ações no mínimo equivocadas dos policiais. A defesa dos policiais continuou firme e forte mesmo contra as evidências.

Então surgiu um vídeo de quase 15 minutos. Um dos defensores disse que não viu nada demais.

Apontei alguns detalhes: (1) a ação policial estava totalmente desorganizada, causando risco até para os policiais; (2) há uma cena em que um policial arrasta um homem algemado, apenas de sunga, com uma gravata, fazendo-o perder os sentidos; (3) há outra cena em que um policial parece chutar um preso algemado e imobilizado deitado no chão; (4) as cenas mostram também um policial usando um alicate enorme como uma espécie de espada ou clava e parece meter o objeto em um dos presos imobilizados; (5) não se vê uma única agressão aos policias, pelo menos nas cenas (teria havido dois policiais feridos, mas antes ou depois da gravação).

Diante destas observações, um dos defensores dos policiais disse que "aparentemente" pode ter havido algum excesso, mas que temos que compreender a complexidade da ação policial.

Aí desisti. Mas foi quando aconteceu o que interessa a este post. Veio um comentário de outra pessoa em minha timeline:

"Tentar convencer quem não quer aceitar a realidade dos fatos, fotos e vídeos é tolice".

Verdade. Mas aí, ele retuitou os seguintes comentários de alguém na timeline dele:

"É igual a jogar xadrez contra um pombo"

"Explico: O pombo derruba todas as peças, meleca o tabuleiro todo e ainda sai de peito inflado cantando vitória..."

Melhor comentário de todos os tempos.

Em tempo, merece a leitura a análise feita por um especialista em segurança, bem mais capacitado para tanto do que eu:

Nenhum comentário: